Total de visualizações de página

Quem sou eu

Minha foto
Uma pessoa simples , de hábitos simples, idealista, racional , convicta em um DEUS que tudo pode.

domingo, 29 de maio de 2011


TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ON-LINE NO BRASIL 

JOSÉ MANUEL MORAN


Acadêmicas: Claudineia Custodio, Marcia Regina e Marta Cristiana.

INTRODUÇÃO


No Brasil, a Educação a distância já é uma realidade, estamos avançando, mas ainda há muito a se fazer e planejar. A educação a distância está entrando na vida das pessoas e a cada dia com mais intensidade.
As universidades já olhando esse grande mercado, buscam oferecer este sistema de ensino, e estão se aprimorando para disponibilizar cursos em diversas áreas, visto que possibilita aos alunos maiores opções de escolha e também proporciona a flexibilidade de tempo e imposição de controle do ritmo de estudo.
As empresas por sua vez, estão se utilizando desse recurso como forma de atualizar e capacitar seus funcionários, com cursos totalmente on-line. E a educação a distância tendo a ajuda de tecnologias integradas e rápidas está alterando o conceito de presença e distância, se transformando em novas maneiras de ensinar e aprender.




TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ON-LINE NO BRASIL


Na educação a distância, há inúmeras possibilidades de combinar soluções pedagógicas, adaptadas a cada tipo de aluno, e as modalidades dos cursos são flexíveis, combinando tempo, espaço, metodologia e avaliação.
E com a chegada de software mais integrado com as preocupações pedagógicas, houve uma melhoria na qualidade do ensino, pois está focando os alunos e a aprendizagem, possibilitando atividades de grupo em fóruns, listas e chats, para proporcionar interação entre alunos, professores e o próprio conhecimento. Uma vez que existem pessoas que precisam do contato em parte presencial, para serem motivadas e estimuladas.
As instituições educacionais, estão preparadas para aulas ao vivo a distância, por teleconferência ou videoconferência, combinando interação via internet, e através de novas mídias conectadas. É uma realidade cada vez mais presente, que evolui de forma irreversível.
As tecnologias na educação se multiplicam e se integram, tornando-se mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes e essas formas facilita o ver, o ouvir, o falar e o escrever, em qualquer momento e em qualquer lugar a custos menores, porém para minoria da população, porque para muitos ainda custa caro.
Segundo Moran (2005), a educação está cada vez mais complexa, porque a sociedade está se tornando mais exigente e necessita de aprendizagem contínua, inclusiva em todos os níveis e modalidades, tanto profissionais como sociais. Essa educação complexa, sai do espaço físico da sala de aula, para ocupar espaços presenciais, virtuais e profissionais, onde o professor passou a incorporar papéis de mediador, facilitador e gestor e os alunos individuais passam a incorporar o conceito de aprendizagem colaborativa, aprendendo, participando e contribuindo para uma inteligência mais coletiva.
Segundo pesquisa, a educação corporativa cresce muito dentro das empresas, e calcula-se que em poucos anos, as universidades corporativas vão ultrapassar as universidades tradicionais, possibilitando a tão sonhada integração escola-empresa.
Tanto na educação acadêmica como na corporativa é importante organizar o processo ensino-aprendizagem a cada tipo de cursos e a cada tipo de aluno. Quanto mais adulto e avançado no nível de aprendizagem, mais o aluno estará pronto para a aprendizagem individualizada ou colaborativa.
Atualmente disponibilizam-se cursos prontos para alunos individualmente, com instruções precisas, com materiais on-line, tipos PowerPoint, áudio e vídeos, porém esses cursos são planejados para aluno maduro, auto-suficiente e auto-motivado. Também oferece cursos para pequenos grupos onde é permitido que organizem atividades individuais ou em grupos, e em determinados momentos os alunos são incentivados por professores e orientadores, esses cursos são mais centrados na colaboração do aluno e pressupõe pessoas com maturidade, motivação e capacidade de aprenderem juntos. Já os cursos para grandes grupos, buscam atender muitos alunos ao mesmo tempo, e a televisão continua imbatível nessa modalidade. E por último, cursos on-line diferentes para situações diferentes, pelo motivo das pessoas aprenderem de forma diferente, algumas precisam de contato com outras pessoas, pois tem dificuldades de trabalhar sozinhas, apenas com o computador, enquanto outras são auto-dirigidas, com poucas indicações avançam.
O professor do futuro nesse contexto, será uma pessoal que terá multitarefa, poderá orientar muitos grupos de alunos e até alguns individualmente, em instituições variadas e em lugares diferentes, tudo isso ao mesmo tempo. Seu trabalho não será de exclusividade a uma instituição. Assim, também dará consultoria a empresas, realizará treinamentos e capacitações on-line, e poderá desenvolver e compartilhar pesquisas com outros colegas e instituições diferentes da sua, para haver troca de conhecimento e cooperação.
Para Moran (2005) a televisão no Brasil poderia ser mais utilizada, visto que é um meio de comunicação que a maioria da população dispõe. Em paises como a China e a Índia, essa mídia capacita milhões de alunos. No Brasil deveria ser associação a outras mídias, como a própria internet, onde um maior contingente seria alcançado.




CONCLUSÃO

Antes de estudarmos a disciplina Fundamentos e Prática no Ensino a Distância, pensávamos que essa modalidade de ensino, era algo frágil, sem conteúdo, uma forma apenas de se conseguir o diploma com facilidade em um curto espaço de tempo. Porém através dos estudos mais aprofundados e leituras sobre esse sistema de ensino, observamos o seu valor educacional, e que na verdade não é nada frágil ou fácil, mas muito sério e de qualidade.
Visualizando que será o sistema de ensino do futuro, as empresas já conscientes do seu valor e qualidade, estão aderindo essa forma de ensino, buscando assim o aperfeiçoamento e capacitação de seus funcionários. Dessa forma, todos têm a ganhar, tanto o funcionário que terá mais conhecimento, usando o seu tempo livre para estudar e a empresa que terá mais qualidade no trabalho da sua equipe.
E as instituições educacionais visando esses alunos, tem criado e oferecido cursos totalmente on-line, elaborados para alunos maduros e auto-motivados, esse modelo de curso é mais viável para adultos que já estão atuando em determinadas profissões e que querem evoluir em suas carreiras. Na busca de adquirirem mais conhecimento.
Existe também os cursos semi-presenciais, os bimodal, que são preparados para alunos que necessitam de contato pessoal, precisam de relacionamento com outros para serem motivados e estimulados. Esses alunos podem participar de salas de debates, fóruns e conversar com os professores, para tirar dúvidas. Tivemos a oportunidade de conhecer pessoas em nossa cidade que se beneficiam com esse sistema de ensino e manuseamos os materiais didáticos usados: livros, apostilas, Cds. Notamos que são bem elaborados, criativos e de fácil compreensão, o que contribui para o aprendizado e desenvolvimento dos alunos. Segundo elas, o fato de não terem tempo para estarem todos os dias em uma sala de aula, trouxe a oportunidade de adquirirem um curso de graduação, através desse sistema.
Assim podemos perceber que a tendência será de uma vasta oferta de cursos virtuais, elaborados para todos os tipos de pessoas. Haverá cursos prontos com autores consagrados, e materiais de excelente qualidade, o que proporcionará um auto nível de ensino neste sistema.
Acontecerá uma crescente procura por cursos à distância, com isso o autor imagina que haverá alguns problemas no futuro, um deles é que os cursos presenciais serão um luxo, poucos vão querer fazer, por causa do tempo e da duração dos cursos, e outro problema será que como haverá muitos investimentos na melhoria dos materiais didáticos oferecidos pelos cursos on-line, acabará se tornarão mais caro. Por conseqüência os cursos também ficarão mais caros.
Dessa forma, Moran (2005) defende a idéia de trabalho educacional interativo, ou seja, presencial e virtual, e que garanta uma aprendizagem de qualidade e significativa, onde haja uma integração do humano e do tecnológico; do racional, sensorial, emocional e do ético, onde será possível a interação da escola, do trabalho e da vida.




REFERÊNCIAhttp://pedagogia-unir.blogspot.com/

MORAN, José Manuel. Tendências da educação on-line no Brasil. 2005. http://www.eca.usp.br/prof/moran/tendencias.htm
Educação digital

Uso de computador ainda assusta professores da rede pública do Rio

Publicada em 08/05/2011 às 23h53m
Ruben Berta A professora Maria Helena Ferreira Moreira utiliza aulas digitais com os alunos da Escola Municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí / Foto: Ruben Berta
RIO - Em pleno século XXI, o mundo virtual ainda é um território que causa medo em muitos professores. Uma pesquisa realizada em parceria pela Secretaria municipal de Educação do Rio, pelo Instituto Oi Futuro e pelo Ibope com 5.505 docentes revela que mais da metade deles (53%) admitiu ter dificuldades em lidar com tecnologia na escola. Entre 1.532 diretores de colégios entrevistados, a porcentagem também foi de 53%. O levantamento ouviu ainda 25.145 alunos: 40% disseram ter problemas para usar a informática nas unidades de ensino.
- Até há pouco tempo, havia uma relação de poder onde o professor era o detentor da informação. Era uma via de mão única. O que estamos notando agora é que os alunos estão um pouco à frente dos docentes, mais familiarizados com tecnologia. E os professores ainda não estão preparados para a aplicação pedagógica. Esse descompasso revela a necessidade de um processo de treinamento e acompanhamento dos profissionais - comentou o vice-presidente do Instituto Oi Futuro, George Moraes.
LEIA MAIS: 'O fracasso é importante', afirma diretora de empresa de tecnologia
Apesar de acusarem a falta de habilidade, os docentes querem aprender: 83% apontaram os cursos de informática como os mais importantes para o aperfeiçoamento da sua atuação profissional.
A pesquisa foi realizada entre maio e julho do ano passado e só foi divulgada agora, como parte da preparação para um projeto ousado da prefeitura do Rio. Com apoio do Oi Futuro e do Ministério da Educação (MEC), o município começou este ano a implementar em todas as turmas de segundo segmento do ensino fundamental (6 ao 9 ano) um sistema de aulas digitais: o Educopédia. O investimento total é de cerca de R$ 30 milhões, e o objetivo da Secretaria municipal de Educação é chegar até o segundo semestre com o programa completo em 430 unidades.
Professores já têm projetores nas salas de aula
Atualmente, mais da metade das escolas com segundo segmento já está utilizando as aulas digitais. Foram instalados nas salas de aula projetores em que os professores expõem o conteúdo do site (www.educopedia.com.br). Elementos como vídeos e jogos auxiliam nos conteúdos das disciplinas. Os docentes têm material disponível para uma aula por semana. Na Escola Municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí, na Zona Norte, a professora de matemática Maria Helena Ferreira Moreira é uma das entusiastas da tecnologia, mas admite que muitos colegas ainda têm resistência.
- É preciso entender o novo papel de mediador na sala de aula. A tecnologia é um instrumento dinâmico, atrativo, que envolve o aluno e o motiva mais - destacou Maria Helena.
A intenção da Secretaria de Educação é que cada aluno possa realizar as atividades do Educopédia em seu próprio netbook. Os equipamentos já começaram a chegar a algumas escolas. Na Epitácio Pessoa, repórteres do GLOBO acompanharam $última quarta-feira a primeira turma da unidade, de 6 ano, que trabalhou com os computadores. A alegria foi tanta que foi difícil convencer os alunos a irem para o recreio.
A ousadia de colocar um computador para cada aluno emperra em dificuldades. A prefeitura teve que cancelar o contrato de internet de alta velocidade nas escolas porque a empresa não conseguiu cumpri-lo. Até o meio do ano, deve ser feita uma nova licitação. A conexão é fundamental no projeto. Por uma nova plataforma que está sendo desenvolvida, será possível até que cada aluno tenha um caderno virtual, onde poderá responder a provas objetivas, que poderão ser corrigidas automaticamente. Cada estudante já está recebendo uma senha de e-mail que será a sua assinatura no Educopédia.
Leia a íntegra desta reportagem no GLOBO Digital (exclusivo para assinantes)


http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/08/uso-de-computador-ainda-assusta-professores-da-rede-publica-do-rio.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Educação a Distância: uma alternativa de qualidade?


Alda Luiza Carlini*
Maria Teresa Meirelles Leite**
Historicamente, tem sido voz corrente a qualificação do ensino a distância como uma alternativa de segunda mão para os processos educativos. Se o condutor do veículo dirige mal, logo alguém pergunta se “tirou carta” por telefone; se o técnico não é capaz de restaurar o aparelho deixado para conserto, presume-se que fez curso por correspondência. Assim é o senso comum: analisa o fato descolado de sua conjuntura, e o qualifica com base apenas na lógica formal.
No entanto, essa percepção social da educação a distância não é tão ingênua quanto parece. Ela foi construída ao longo da história da educação brasileira, e já tem cerca de um século. De modo geral, é possível afirmar que, desde a instituição dos modelos de radiodifusão educativa, com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923, até os dias atuais, com as políticas públicas de formação de professores para a educação básica, na modalidade a distância, essas ações correspondem a soluções emergenciais e, acima de tudo, político-eleitoreiras. Ações capazes de interferir significativamente em indicadores quantitativos, índices numéricos, no entanto, esvaziadas da necessária qualidade.
Foram as preocupações quantitativas que inspiraram Roquete Pinto, não só na fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, como na proposta de “uma rádio-escola em cada Estado” e na “mobilização das pessoas instruídas das comunidades em benefício da educação dos pobres”. Ele acreditava, tanto quanto outros intelectuais da época, na radiodifusão como um meio para solucionar o problema educativo brasileiro. Essa crença, característica dos “profissionais da educação” das décadas de 1920 e 30, traduzia-se na defesa do tecnicismo em educação e, por decorrência, no descompromisso com as ideias políticas. No limite, essa atitude permitiu acreditar que a aparente neutralidade desses profissionais era resultado da ideia de que a esfera educativa seria desvinculada das demais áreas da sociedade, ou da aceitação irrestrita das ideias políticas dos governantes (Paiva, 1973, p. 93-4).
Depois dessa proposta, que parece ter sido mesmo a inaugural em solo brasileiro, foram muitas outras: Instituto Monitor (1939), Instituto Universal Brasileiro (1941), MOBRAL (1967), Projeto Minerva (1970), Telecurso 2º Grau (1978) e Telecurso 1º Grau (1981), entre as mais conhecidas. Em todas elas, um pressuposto: educação mediada por tecnologias (apostilas em papel; apostilas e programas de rádio; apostilas e programas de televisão), com a expectativa de atendimento a amplas parcelas da população e, em decorrência, de solução imediata, “mágica”, para graves problemas educacionais, como alfabetização de adultos, acesso e permanência de jovens e adultos em processos educativos, formação do trabalhador. Em todas elas, a mesma concepção tecnicista de educação: entrega de conteúdos padronizados para estudo individual, difusão de conhecimentos que, por si, seriam geradores de habilidades e de atitudes nos alunos. Conteúdos que dariam suporte a ações e, principalmente, a certificações.
Em 1996, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Educação a Distância foi definida no artigo 80, que determina:
Art 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§1º. A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§2º. A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância. (...)
Assim, ela se tornou oficialmente uma forma de ensino a ser desenvolvida sob o incentivo do Poder Público, que se responsabiliza por credenciar instituições e regulamentar exames e registro de diplomas, delegando aos sistemas estaduais e municipais de ensino a definição de normas para produção, controle e avaliação de programas e a autorização para sua implementação.
Consequentemente, no Plano Nacional de Educação (PNE), publicado em 2001 e ainda em vigor, há um subtítulo dedicado ao tema, denominado “Educação a distância e tecnologias”. Nos parágrafos iniciais, no item dedicado ao diagnóstico, afirma que:
No processo de universalização e democratização do ensino, especialmente no Brasil, onde os déficits educativos e as desigualdades regionais são tão elevados, os desafios educacionais existentes podem ter, na educação a distância, um meio auxiliar de indiscutível eficácia.
Depois de comentar as iniciativas nesse sentido, desenvolvidas pelo setor público, e a contribuição do setor privado, afirma que “o sistema também se ressente da falta de uma rede informatizada que permita o acesso generalizado aos programas existentes”, embora reconheça que “a regulamentação constante na Lei de Diretrizes e Bases é o reconhecimento da construção de um novo paradigma da educação a distância” (Brasil, PNE, p. 53-4).
Ao longo desses textos, a educação a distância vai sendo apresentada mais e mais como panaceia, capaz de viabilizar solução para muitos problemas da educação nacional, especialmente para aqueles acumulados ao longo das últimas décadas, como a desigualdade de oportunidade de acesso à educação escolar de qualidade, a dificuldade de escolarização dos trabalhadores, a formação continuada de profissionais da educação, entre outros. Ao mesmo tempo em que é definida claramente como uma ação a ser executada em regime de cooperação com a iniciativa privada, sob a regulação e controle da União.
À primeira leitura, esses documentos remetem a uma reedição do pensamento educacional brasileiro da década de 1930, embora mencionem o uso de tecnologias só disponíveis no final do século. Da mesma forma que a radiodifusão educativa pretendia combater os graves problemas educacionais daquela época, a educação a distância é apresentada agora como a alternativa adequada para o enfrentamento de questões ainda muito semelhantes. Segundo o PNE,
Ao introduzir novas concepções de tempo e espaço na educação, a educação a distância tem função estratégica: contribui para o surgimento de mudanças significativas na instituição escolar e influi nas decisões a serem tomadas pelos dirigentes políticos e pela sociedade civil na definição das prioridades educacionais.
(...) Cursos a distância ou semipresenciais podem desempenhar um papel crucial na oferta de formação equivalente ao nível fundamental e médio para jovens e adultos insuficientemente escolarizados (Brasil, PNE, p. 54).
Afirma ainda (p. 55): “A Lei de Diretrizes e Bases considera a educação a distância como um importante instrumento de formação e capacitação de professores em serviço.”
Em iniciativa mais recente, o governo federal instituiu o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), cuja prioridade é a conquista da “educação básica de qualidade”, por meio de cerca de 40 ações diferentes. Entre elas, é possível destacar a formação inicial de professores, pelo Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Com o Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), o governo federal está implantando um sistema nacional de educação superior a distância com a participação de instituições públicas de educação superior e em parceria com estados e municípios. O principal objetivo da UAB é oferecer formação inicial a professores em efetivo exercício na educação básica pública que ainda não tenham graduação, o que significa atender a demanda de milhares de profissionais e propiciar formação continuada a quase dois milhões (Brasil, PDE).
No contexto das políticas neoliberais e da decorrente redução do papel do Estado no atendimento às demandas sociais, não causa estranheza, nem pode merecer credibilidade uma proposta de qualificação da educação básica pela formação inicial ou capacitação de professores por meio de programas de educação a distância que sejam elaborados de forma homogênea, central, e distribuídos para todo o país. Na verdade, inspira cuidado qualquer proposta de formação inicial de profissionais a distância, e não só de professores, a ser executada desta forma. No entanto, cabe perguntar: Por quê? O que nos preocupa? Profissionais formados em cursos presenciais são sempre corretos, adequados, capazes? A qualidade da formação está diretamente relacionada à presença em sala de aula e à realização de cursos presenciais? É sabido que não.
O objetivo deste texto, considerando os determinantes históricos e políticos da realidade, é contribuir para um processo de reflexão acerca da possibilidade de construção de uma educação transformadora, orientada pela concepção crítica de educação, em EaD. Contribuir para o debate, sem determinações prévias de juízos de valor, mas procurando entender os limites e as possibilidades para a construção de processos qualificados de formação profissional.
Tecnologias em educação e educação a distância (EaD)
O uso de tecnologias em educação, mesmo em atividade presencial, tem carregado historicamente a marca do distanciamento e da padronização, que sugerem um fazer educativo descomprometido, desvinculado da realidade, apenas técnico. Para os professores, parece trazer uma sensação de constante inadaptação e de desperdício de tempo, considerando a disponibilidade que devem ter para conhecimento dos recursos e orientação técnica de uso. Além disso, podem suscitar questionamento e reflexão sobre a prática pedagógica.
Em se tratando de educação a distância (EaD), entendida como a modalidade educativa na qual o processo de ensino-aprendizagem ocorre totalmente mediado por recursos de ensino, com professores e alunos separados no tempo ou no espaço, esse distanciamento e padronização podem ser considerados totais.
Também parece dessa forma quando se utiliza a expressão “ensino a distância”, onde a ênfase pode estar atribuída ao professor, como aquele que exerce o ensino, sem vínculo com a aprendizagem. E assim ocorre no caput do artigo 80 da LDB, embora nos parágrafos tenha sido usada a denominação “educação a distância”, que torna a expressão mais abrangente. No entanto, nenhuma das duas formas é totalmente adequada para designar uma atividade educativa organizada com base em recursos de ensino que se renovam continuamente e fazem mesmo questionar a ideia de distância. Usuários da Internet, no cotidiano, somos todos testemunhas de que ela é uma ferramenta capaz de reduzir e, algumas vezes, de anular distâncias.
Embora seja rejeitada por muitos educadores, a EaD pode ser uma opção adequada para a educação continuada de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência consolidada de aprendizagem individual e colaborativa e de pesquisa, como os alunos da pós-graduação e os profissionais graduados em busca de especialização. Educação continuada é entendida como aquela que se dá no processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, por associação entre teoria e prática, por reflexão sobre a própria experiência, por ampliação do universo do conhecimento com novas informações e novas relações e que, em última instância, deve contribuir para a construção de uma práxis, como sinônimo de prática refletida.
No entanto, antes de adotá-la, antes de decidir pela seleção dos procedimentos e recursos de ensino a serem utilizados, na forma de ferramentas da educação a distância, é preciso ter clareza a respeito da concepção de educação que fundamenta esta prática educativa.
É preciso considerar o que Pesce denomina de “ambiguidade” presente no trabalho com TIC, e característica dos seres humanos:
(...) no flanco das possibilidades educacionais emancipadoras, as tecnologias podem ajudar na democratização do acesso à informação e no diálogo entre educadores, que, embora distantes geograficamente, vivenciam circunstâncias históricas semelhantes. No flanco da cristalização, colaboram com a manutenção do status quo, em favor de uma racionalidade instrumental que se coaduna com os princípios neoliberais (Pesce, 2009, p. 149).
É preciso indagar, para além dos recursos e possibilidades da EaD, quem oferece os processos de ensino e que concepção de educação os sustenta. Ainda segundo Pesce, ao analisar as políticas de formação docente na modalidade EaD:
A utilização das tecnologias da informação e comunicação, na perspectiva alienante, outorga aos educadores um perfil não-emancipado. A visão crítica aceita a ambiguidade da tecnologia, que, a um só tempo advoga em favor da emancipação e da alienação, a depender do uso que se faça dela. (Pesce, 2009, p. 149).
Especialmente no contexto da concepção crítica de educação, a EaD requer um criterioso processo de planejamento pedagógico, que deve ser realizado pelo grupo de professores, em sintonia com a realidade social, aberto à participação dos atores do processo educativo, baseado na articulação entre teoria e prática e em condições de promover a transformação da realidade onde se desenvolvem. Para tanto, deve considerar a prática social do aluno, a partir da compreensão que ele traz e pode mobilizar em relação ao objeto do conhecimento (tema do curso, da unidade temática ou da aula). Essa prática precisa ser problematizada, por meio de processos de questionamento em face das teorias conhecidas e disponíveis, já elaboradas. Nessa fase, alunos e professores, em relação dialógica, realizam a construção de novos conhecimentos, que oferecem subsídios para, de forma organizada, elaborar sínteses capazes de provocar a reelaboração da prática social, interferindo na realidade.
É importante lembrar que um curso a distância requer o trabalho articulado de uma equipe especializada, que deve contar com profissionais de programação, webdesign, desenho instrucional e educadores. No entanto, é fundamental reconhecer que todo esse trabalho deve seguir coerente e submetido à proposta pedagógica inicial, ainda que ocorram ajustes técnicos. Muitas vezes, por desconhecer a dinâmica da EaD, professores tendem a delegar decisões técnicas a outros profissionais, não educadores, as quais podem comprometer severamente o trabalho, pelo desrespeito à concepção de educação que orienta o processo.
Entender e aceitar a possibilidade de trabalhar com EaD requer disponibilidade para a revisão dos conceitos de curso e de aula. O curso não é uma seqüência de conteúdos predefinidos, distribuídos em aulas. E a aula deixa de ser um espaço e um tempo determinados. O curso pode ser definido pelo conjunto de experiências de aprendizagem mobilizadoras do conhecimento que reúne, e a aula, por espaço e tempo flexíveis, espaço de disponibilidade para o diálogo e de encontro no processo de conhecimento, aula como pesquisa e intercâmbio.
O professor continua a "dar aula", no sentido de que deve ser o responsável por organizar objetivos e conteúdos de ensino e por mediar os processos de aprendizagem, no entanto, de forma enriquecida pelas possibilidades que as tecnologias interativas podem proporcionar: recebe e responde mensagens dos alunos, cria fóruns ou listas de discussão e alimenta continuamente os debates e pesquisas com textos, vídeos e outros documentos impressos ou disponíveis em páginas da Internet.
O papel do professor é redimensionado. Ele atua como mediador, como incentivador dos processos de aprendizagem dos alunos, na construção ou reconstrução do conhecimento. Sua atividade será tão ou mais intensa, a depender do tipo de curso organizado e do nível de complexidade das propostas, que aquela que desenvolve em sala de aula presencial. No entanto, sua atuação pode ser verdadeiramente docente, responsável e comprometida.
Considerações finais
Experiências educativas transformadoras da realidade social estão em curso no Brasil, nesse momento, baseadas em concepções críticas de educação e obedientes às determinações da legislação vigente. Correspondem a demonstrações da capacidade de seres humanos dispostos a promover educação de qualidade mesmo que asfixiados por estruturas e ambientes altamente reprodutores e controladores. Elas podem contribuir para demonstrar que tecnologias, ambientes virtuais e educação a distância não são, em si, boas nem más, são apenas ferramentas e recursos a serviço de quem as opera. E, como já dizia Paulo Freire, há cerca de 25 anos,
O problema é saber a serviço de quem e de quê, a informática entrará agora maciçamente na educação brasileira (...).
Por isso, eu insisto em dizer: a crítica nossa tem que ser política, e não tecnológica. A posição em que eu me situo, portanto, é essa: eu não sou contra o computador; o fundamental seria nós podemos programar o computador. É a questão do poder: é saber a serviço de quem ele é programado para nos programar (Freire, 1984, p. 83-4).
* Profa. Titular do Depto de Educação: Formação Docente, gestão e tecnologias, da Faculdade de Educação da PUCSP.
** Profa. do curso de Especialização em Magistério do Ensino Superior, da Faculdade de Educação da PUCSP.
Referências


http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/revista-puc-viva/79-33-ensino-a-distancia-agosto-de-2009/2427-educacao-a-distancia-uma-alternativa-de-qualidade
Anastasiou, L. G.C. Ensinar, aprender, apreender e processos de ensinagem. In: Anastasiou, L. G.C. e Alves, L. P. Processos de Ensinagem na Universidade. 3ª ed. Joinville/SC, UNIVILLE, 2004.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&Itemid=356, acesso em 29/set/09.
Brasil. Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pde/default.html, acesso em 30/out/09.
Carlini, A. L. O professor do Ensino Superior e a Inclusão Digital. In: Carlini A. L. e Scarpato, M. (orgs.) Ensino Superior: questões sobre a formação do professor. São Paulo, Avercamp, 2008.
Dicionário Interativo da Educação Brasileira. Agência EducaBrasil. Em http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario, acesso em 19/out/09.
Freire, P e Guimarães, S. Sobre educação (Diálogos). vol 2. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1984.
Moran, José Manuel. O que é educação a distância (ECA-USP). Em http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm, acesso em 29/set/09.
Pesce, L. O educador em foco: um olhar sobre as políticas de formação docente na modalidade de educação a distância. In: Feldmamn, M. G. (org.) Formação de Professores e Escola na Contemporaneidade. São Paulo, SENAC, 2009.
Peters, Otto. Didática do ensino a distância. São Leopoldo/RS, Ed. Unisinos, 2001.
Saviani, D. Escola e democracia. São Paulo, Cortez, 1982.
Vasconcelos, Sérgio Paulo Gomes de. Educação a Distância: histórico e perspectivas (UERJ). Em http://www.filologia.org.br/viiifelin/19.htm, acesso em 29/set/2009.

terça-feira, 17 de maio de 2011

MEC ajuda e o ensino à distância cresce no Brasil

02 de abril de 2003, 0:00

O Ministério da Educação reforça as bases legais e exigências. As instituições que conseguem se adequar podem ter um grande filão pela frente, sobretudo com alunos de países periféricos.


Andréa Cortez, da Folha de Pernambuco
Durante muito tempo observado como algo sem credibilidade, o ensino à distância (EAD) passa a assumir um papel mais relevante e importante num país onde a dificuldade de locomoção e de tempo disponível figuram como algumas das principais dificuldades para que as barreiras do conhecimento e da especialização sejam vencidas. E não haveria ocasião mais oportuna para a estruturação dessa “nova” metodologia que o advento da internet – ferramenta indispensável para diminuir essa lacuna.
A mestranda em Psicologia Cognitiva, Isabelle Diniz (foto), é um bom exemplo disso. Por não ter muito tempo disponível para fazer cursos, ela resolveu optar pela educação à distância. Isabelle fez o curso de Gestão na Web através do Virtus e explica que a liberdade de organizar sua própria agenda de estudo – ainda que a obrigação de cumprir o cronograma seja a mesma – facilita a otimização do tempo. “Eu podia estudar na hora mais conveniente para mim, às duas da manhã, por exemplo, de qualquer local onde estivesse”, relata a ex–aluna.
No Brasil, a cada dia que passa as instituições de ensino tentam mergulhar mais e mais na realidade do EAD. O vice–coordenador do programa na UFPE, André Neves, lembra que teve muitos alunos do Afeganistão justamente no período da guerra contra os Estados Unidos. “De fato, existe a distância territorial mas, quando se trata de
conhecimento, ela desaparece”, filosofa Neves.
Ele acrescenta que, assim como no Brasil, extenso territorialmente, o ensino à distância também é uma ferramenta bastante difundida em países com perfil semelhante, como Austrália, Canadá e Reino Unido.
Coordenador do Departamento de Atividades Técnicas da Universidade Federal de Lavras (MG), Dalton de Sousa destaca que a metodologia contribui, principalmente, para facilitar a vida daqueles profissionais que querem dar continuidade aos estudos, mas lhes falta tempo.
“O grande benefício da educação a distância é a facilidade de conciliar o trabalho e a atualização profissional sem precisar de dedicação exclusiva ao curso”, explica Dalton, revelando que os índices de satisfação entre os alunos sempre ficam “entre bom e ótimo”.
Quanto aos resultados finais, ambos destacam que, na maioria dos casos, eles se apresentam muito mais positivos do que os cursos presenciais. “Dá muito mais trabalho fazer um curso a distância, por isso, as pessoas têm demonstrado mais responsabilidade e interesse, algo que tem refletido na superioridade e na qualidade dos trabalhos”, aponta o coordenador do Virtus.
 

Referências
 http://webinsider.uol.com.br/2003/04/02/mec-ajuda-e-o-ensino-a-distancia-cresce-no-brasil/

segunda-feira, 16 de maio de 2011

 
Você considera que a Educação a Distância pode ajudar a resolver os graves problemas educacionais do Brasil?

A educação, segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é “direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Porém, essa não é a realidade educacional brasileira. Muitas pessoas não possuem acesso à escola, devido a vários fatores, como a dificuldade de transporte e de conciliação entre trabalho, escola e família. Muitos alunos já possuem filhos e são casados, tendo, portanto, que dar atenção a eles e administrar a casa. Muitos também trabalham, o que restringe a disponibilidade de tempo para realizar as atividades e até mesmo em comparecer às aulas. Isso ocorre mais comumente com alunos do Ensino Superior, por causa da faixa etária, mas está crescendo em turmas de Jovens e Adultos e, com menor índice, com adolescentes do Ensino Médio. A evasão escolar e a existência de pessoas analfabetas ou com alto grau de dificuldade na leitura e escrita se torna uma constante nesse contexto.
Já quem possui acesso à escola, se depara, em todos os níveis de ensino, com outras grandes dificuldades, como a má formação dos educadores; a falta de recursos materiais, financeiros e humanos nas instituições; a desvalorização da profissão do educador, que reflete em sua motivação e conduta perante os alunos; a falta de planejamento; a opressão e cobrança aos alunos dos vários atores da escola e da família; a desmotivação dos alunos em relação ao método de ensino utilizado pela escola; o desrespeito ao ritmo de aprendizagem de cada aluno, a repetência; a inflexibilidade de horários das aulas e de realização das atividades e a ênfase dada pelas escolas ao quantitativo de alunos nas salas de aula, não promovendo, dessa forma, uma boa qualidade de ensino.
Esses fatores levarão, no futuro dessas pessoas, ao desemprego ou ao emprego em que seu trabalho é desvalorizado, levando assim a uma grande insatisfação pessoal e baixa auto-estima.
“Está provado que a falta da educação ou as diferenças gigantescas na qualidade da mesma não só mantêm as condições que fazem com que a desigualdade social subsista, mas também reproduzem e criam diferenças que, com o tempo, perpetuam a pobreza e a exclusão. E são a pobreza — não os pobres e a exclusão — não os excluídos — os maiores obstáculos contra o desenvolvimento”.
(Mayor,1998)
Na tentativa de ajudar a resolver esses problemas e diminuir as desigualdades sociais surge, então, a Educação a Distância, que proporciona uma educação sem fronteiras. Ela pode chegar aos mais longínquos locais, em que é preciso vários dias para cruzar um rio com uma canoa para se ter acesso à população local.
Castro Neves (1996) afirma, a respeito disso, que a educação a distância é "uma alternativa preciosa para um país como o Brasil, onde a gigantesca extensão territorial e a falta de eqüidade na distribuição de oportunidades educacionais são fatos inquestionáveis".
Dessa forma, a educação pode chegar a esses locais através da televisão, do rádio ou do meio mais utilizado atualmente: o computador, que pode promover uma interatividade simultânea entre professores e alunos.
Leobons (1989, p.15-16) destaca alguns aspectos vantajosos da Educação a Distância em relação à Educação presencial, como a possibilidade de alcance de um grande número de pessoas e grupos; a adaptação ao ritmo de aprendizagem de cada aluno; o desenvolvimento da capacidade de autodidatismo e autonomia; necessidade de poucos especialistas para elaboração dos conteúdos e materiais; possibilidade do uso de alguns recursos que não são muito utilizados, como o rádio e a televisão.
Além desses fatores, a Educação a Distância está sendo cada vez mais utilizada na formação continuada de educadores.
Apesar de todas as vantagens destacadas, muitos ainda não dão credibilidade à Educação a Distância.
Diaz Bordenave (1988) destaca alguns pontos que são vistos como desvantagens dessa modalidade, como a alta taxa de evasão; a desconfiança das pessoas por um sistema de ensino sem a presença física do professor; a unificação dos cursos, sem levar em consideração a diversificação e descentralização dos conteúdos; a desatualização freqüente dos materiais didáticos e dos conteúdos propriamente ditos; a passividade no processo e a impossibilidade de controlar vários fatores, como a possibilidade dos aparelhos estragarem no momento de utilização.
Porém, ele mesmo contrapõe essas desvantagens, quando afirma que
“A idéia de que a educação só é possível quando o professor e o aluno acham-se fisicamente no mesmo lugar vem do tempo em que a palavra, o gesto e o desenho eram os únicos meios de comunicação disponíveis...” (Bordenave, 1987)
Ao meu ver, a educação pode ocorrer em qualquer ambiente, e não necessariamente entre um professor e um aluno. Acredito que seja muito relevante a interação física entre alunos e professores, para que seja estabelecida a afetividade. Para isso, acredito que o ideal é a educação semi-presencial, em que há possibilidade disso ocorrer sem excluir todas as vantagens que a Educação a Distância proporciona.
Há que se considerar que a população em geral possui muita resistência em reconhecer o novo; alguns por acomodação ou ignorância, outros por medo ou preconceito. A Educação a Distância está passando por isso, mas vem cada dia mais, vencendo as barreiras do preconceito e atuando para o alcance da democratização do ensino.
A respeito disso, Blois (1996) afirma que “é imprescindível que o Brasil, se quiser mudar o quadro de atraso em todos os campos, acorde para um novo tempo e utilize a educação a distância ou teleducação, que pode ser através do rádio e da televisão ou através do uso do satélite e das parabólicas de fabricação nacional. O importante é que a educação a distância aconteça logo, sem mais discussões acadêmicas ou políticas, para que a educação seja democratizada, pois a sociedade brasileira já amadureceu o suficiente para entender que estruturas formais não conseguirão atender às demandas exigidas no campo da educação”.
Portanto, após todas essas reflexões sobre a Educação a Distância, posso afirmar que ela pode sim atuar na resolução dos problemas educacionais que o Brasil sofre, a partir de sua flexibilidade, alcance do conhecimento de forma simultânea em todo o mundo, interatividade e desenvolvimento da pesquisa e descoberta de forma autônoma, trabalhando também a disciplina e responsabilidade do educando. Porém, ela precisa ser continuamente revista, a fim de que suas limitações sejam superadas e suas qualidades sejam reforçadas para sua completa disseminação no país.
Referências Bibliográficas
http://educandoalemde4paredes.blogspot.com/
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. São Paulo, Saraiva, 2004.
BLOIS, M. M. "Educação à distância via rádio e TV educativas: questionamentos e inquietações". Em Aberto, v. 16, n. 70, p. 42-50, abr.-jun. 1996.
CASTRO NEVES, C. M. "O desafio contemporâneo da educação à distância". Em Aberto, Brasília, v. 16, n. 70, p. 34-41, abr.-jun. 1996.
DIAZ BORDENAVE, J. E. "Pode a educação à distância ajudar a resolver os problemas educacionais do Brasil?" Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, n. 80-81, p. 31-36, jan.-abr. 1988.
LAMPERT, ERNANI. Educação à distância: elitização ou alternativa de democratizar o ensino? http://campus.usal.es/~teoriaeducacion/rev_numero_02/n2_art_lampert.htm
BRASÃO. Educação a Distância e Qualificação Profissional: incluir os excluídos

Você considera que a educação a distancia pode ajudar a resolver os graves problemas educacionais no Brasil?

Introdução

É de caráter notório que a educação a distância está se expandindo a cada dia mais no currículo acadêmico das universidades brasileiras, sendo buscada como uma estratégia para a melhora do ensino universitário. Varias são as disciplinas e cursos que se aliam à metodologia da educação à distância para promover uma melhor qualidade de ensino e, além disso, possibilitar aos alunos, com dificuldade de acesso à aula presencial, que usufrua de informações e avaliações de boa qualidade através da Internet.

Desenvolvimento

As dificuldades educacionais no Brasil estão sempre evidentes no dia a dia do povo brasileiro seja pela realidade vivida ou mesmo através de meios de comunicação em massa. A falta de verba, o desinteresse dos governantes e os projetos mal implementados colocam o Brasil em posição delicada no quadro educacional mundial, porém a educação à distância assim como outras metodologias de disseminação da educação vêm elevando a qualidade do quadro educacional do país.

A educação à distância, observada na maioria das faculdades brasileiras, vem se fortificando cada vez mais utilizando métodos de aprendizagem muito bem sucedidos elevando a qualidade de ensino. A aprendizagem colaborativa é o resultado da integração entre diversas culturas de regiões próximas ou distantes onde as perspectivas de troca podem efetivamente propiciar um acréscimo cultural além de uma perspectiva de troca que amplia os saberes que cada uma das regiões detém.

Além disso, a qualidade de ensino está intimamente ligada ao interesse do aluno e não só a capacidade do professor de ministrar uma aula. Pesquisas realizadas para a identificação da aptidão do aluno no ensino a distância revela que mais de 40% os alunos acreditam que o aprendizado depende deles mesmo e de como o conteúdo é ministrado. É importante ressaltar que os alunos têm a consciência que para realizar um bom curso são necessários: planejamento, tanto por parte dos professores com relação aos conteúdos como por parte dos alunos que devem reservar parte do tempo para se dedicar às atividades e ao acompanhamento do curso; envolvimento dos professores e dos alunos, participando no que é possível para tornar o curso dinâmico e mais produtivo; comprometimento e muita vontade de aprender.

Outro aspecto significativo é o quanto à globalização está promovendo uma maior qualidade de estudo e interação dos alunos. Belloni (1999, p.3), afirma que o fenômeno da globalização está transformando a sociedade industrial em sociedade da informação atendendo às novas demandas educacionais decorrentes das mudanças da nova ordem econômica mundial.Com isso, a educação a distância acompanha a evolução mundial não só no ponto de vista econômico, mas com abrangência educacional produtiva na formação de qualidade do estudante.


Conclusão

Devido aos fatos apresentados, a educação a distância é uma importante ferramenta para elevar o ensino no Brasil, visto que, com a globalização e o desenvolvimento mundial o compartilhamento de informações via Internet se torna uma importante ferramenta para o aprendizado seja pela aprendizagem colaborativa ou mesmo pela aula fornecida pelo professor. É importante ressaltar que a educação a distância é apenas uma das múltiplas implementações que podem ser utilizadas para a resolução dos problemas educacionais, é uma ferramenta que ajuda, porém sozinha não solucionará os dilemas da educação no Brasil.



Referências
 
http://educacaoadistanciaevelynnemer.blogspot.com


Ø Anthony Kaye e Greville Rumble http://www.vdl.ufc.br/catedra/telematica/caracteristicas_meios.htm#_Toc457451613;
Ø Adriana Paula Borges 1
Ø Silvia Maria Farani Costa 2
Ø José Carlos dos Santos 3


(1. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FE-USP; 2. Departamento de Tecnologia / Centro Universitário FIEO - UNIFIEO; 3. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – EPUSP).
Ø Educação a Distância: perspectivas e desafios para a Universidade Pública.(Carlos Campello)
Ø Educação à Distância: fatores estimuladores
(Prof. Dr. G. L. Santa Rosa).
Ø http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&Itemid=822
Ø MEC- Secretaria de Educação Distância
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&Itemid=822

Obs: Outros artigos e reportagens foram lidas, porém não foram colocados na referência, pois não se tratavam especificamente do trabalho, porém contribuiu para a formação deste.