Educação a distância vale a
pena?
De 2000 para cá, a chamada EAD cresceu 45.000% em
números de alunos no país. Muita gente, no entanto, ainda fica de pé atrás com
quem tirou diploma de Pedagogia ou Licenciatura nessa modalidade de ensino.
Para avaliar se isso é puro preconceito, veja o que é mito e verdade nessa área
Ana Rita
Martins e Anderson Moço (novaescola@atleitor.com.br)
Para quem
mora longe de uma universidade ou não pode ir à aula todos os dias, a Educação
a distância (EAD) parece ideal. Por isso, ela tem conquistado tanto espaço. Em
2000, 13 cursos superiores reuniam 1.758 alunos. Em 2008, havia 1.752 cursos de
graduação e pós-graduação lato sensu com 786.718 matriculados, segundo a
Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). A modalidade de ensino
usa ambientes virtuais, chats, fóruns e e-mails para unir professores e turmas.
Assim, quem é de Ribeirão Cascalheiras, a 900 quilômetros de Cuiabá, por
exemplo, pode se formar em Pedagogia pela Universidade Federal do Mato Grosso
(UFMT), que mantém um polo na cidade.
As
experiências no ensino a distância por aqui começaram no início do século 20,
com cursos profissionalizantes por carta, rádio e, mais tarde, pela TV. Só com
a internet e a banda larga, eles se tornaram viáveis na graduação e na pós.
Apenas
recentemente começamos a apostar na EAD como uma saída para suprir a demanda
por formação superior no país. Criada em 2005, a Universidade Aberta do Brasil
(UAB) tem como prioridade a formação inicial de professores da Educação Básica
pública, além de formação continuada aos graduados. Por meio de parcerias entre
38 universidades federais, a UAB oferece 92 opções de extensão, graduação e
pós-graduação.
Poucos
formados e falta de fiscalização preocupam
Estudo de
2007 capitaneado por Dilvo Ristoff, então diretor do Departamento de
Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), comparou os resultados do
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade/2006) nas modalidades
presencial e a distância. Das 13 áreas em que o confronto foi possível, os de
EAD se saíram melhor em sete: Pedagogia, Biologia, Física, Matemática e
Ciências Sociais, além de Administração e Turismo. Isso mostra que o fato de as
aulas serem a distancia não significa que elas sejam de pior qualidade.
No
entanto, é forte a desconfiança no mercado de trabalho em relação aos egressos
dessa modalidade. Isso, em parte, por haver poucos diplomados. Dados do Inep
revelam que, enquanto a graduação presencial formou 736.829 profissionais em
2006, o ensino a distância contabilizou apenas 25.804. Esse contingente ainda é
pequeno para que as redes avaliem a competência deles.
Além
disso, especialistas apontam graves problemas na forma como a EAD tem sido
conduzida no país. No estudo Professores do Brasil: Impasses e Desafios, da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),
a coordenadora Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas (FCC), relata que o
governo federal ainda não dispõe de aparato suficiente para acompanhar,
supervisionar e fiscalizar os cursos, fato que comprometeria sua qualidade.
Outro ponto frágil da política governamental, segundo o trabalho, seria a pouca
verba destinada aos tutores (que acompanham a aprendizagem dos grupos), feito
por meio de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), o que tornaria a qualificação dos profissionais precária.
Para não
entrar em uma arapuca, o importante é avaliar as opções antes de se decidir. O
documento Referências de Qualidades para a Educação Superior a Distância,
elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), indica o que você tem direito de
saber antes de se matricular:
- Métodos de ensino da universidade
- Tecnologias usadas
- O tipo de material didático usado
- Os tipos de interação disponíveis
- Quanto tempo leva para o tutor responder às dúvidas.
- Métodos de ensino da universidade
- Tecnologias usadas
- O tipo de material didático usado
- Os tipos de interação disponíveis
- Quanto tempo leva para o tutor responder às dúvidas.
Outra
medida importante é verificar se a instituição está credenciada, se é
reconhecida e se já foi fiscalizada. Para isso, basta pesquisar no site
siead.mec.gov.br, que traz as instituições que oferecem graduação e pós lato
sensu a distância.
Tão
importante quanto essas medidas é analisar se o modelo preenche suas
necessidades e se é adequado ao seu perfil (faça o teste para saber se você tem o
perfil do aluno a distância). Muito se diz sobre a EAD, mas nem tudo
pode ser levado a sério. Para ajudar você a conhecer melhor essa modalidade,
selecionamos as 16 afirmações mais comuns sobre ela e, com base em estudos,
estatísticas e opiniões de renomados especialistas, esclarecemos o que é mito e
o que é verdade.
Continue
lendo a reportagem
- 1Vale a pena entrar nessa?
- 2 Pré-requisitos para a matrícula
- 3 Qualidade pedagógica
- 4 Rotina do aluno
- 5 Estrutura e corpo docente
- 6 Perspectivas para o formado
.
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/vale-pena-entrar-nessa-educacao-distancia-diploma-prova-emprego-rotina-aluno-teleconferencia-chat-510862.shtml?page=2
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